sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Movimento Hora de Lutar integra iniciativa classista

 Repostado do blog do Coletivo Lenin
 
O Movimento Hora de Lutar, formado por militantes do Coletivo Lenin e independentes, está participando de uma importante iniciativa no IFCS/UFRJ: a criação de um comitê estudantil de apoio ao movimento sem-teto, o Núcleo do IFCS de Apoio às Ocupações Urbanas.

Mais uma vez tal movimento mostra o caminho e levanta a necessidade de um movimento estudantil que esteja em aliança com a luta dos trabalhadores e que extrapole os muros das universidades.

Segue o cartaz de dibulgação do lançamento de tal comitê:

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ENEM vaza novamente



Repostado do blog do Coletivo Lenin

Assim como ocorreu no ano passado, o novo ENEM vazou e já está causando muita conturbação na vida de estudantes do país inteiro que passaram os últimos meses dedicando-se duramente para ingressarem em alguma universidade. O novo sitema, alardeado pelo Governo e seus apoiadores como o "fim do vestibular" tem mostrado suas diversas falhas de segurança, alicerçadas em instituições podres do Estado dos patrões, encabeçadas por funcionários que recebem salários altíssimos e diversas regalias, vendo suas funções públicas enquanto um verdadeiro emprego privilegiado e fazendo de tudo possível para nele se manter.

Como resposta à essa verdadeira esculhambação da educação, diversos protestos começam a ser preparados em algumas capitais, como um já convocado para o Rio de Janeiro no próximo dia 12 (sexta-feira). Da mesma forma, começam a brotar novos movimentos, como no ano passado ocorreu com a NOVE (Nova Organização Voluntária Estudantil ), fundada em escolas privadas da Zona Sul do Rio, conseguindo assim alguma visibilidade que a garantiu certo crescimento durante certo tempo (um verdadeiro "5 minutos de fama").

Antes de criticarmos a velha NOVE, hoje reduzida a pouquíssimos ativitas, e novos movimentos como o MOVA-SE (Movimento dos Vestibulandos Ativistas Sem Enem - surgido a partir da iniciativa de estudantes do 3º ano do Colégio Notre Dame, localizado no bairro nobre de Ipanema), cabe aqui buscarmos entender os fatores que levaram às suas fundações, estes, completamente justificáveis, diga-se de passagem.

Em primeiro lugar, o impulso para o surgimento de NOVEs e MOVA-SEs se dá pela zona que é o ENEM, prova que tem sido incapaz de prover um exeme bem planejado e seguro, e que foi adotada pela maioria esmagadora das universidades públicas como parte do vestibular (o que só faz ampliar os problemas já existentes do ENEM e torná-lo ainda mais frágil).

Em segundo lugar, a necessidade de um "novo" movimento surge da inação da UNE e da UBES, entidades de massas dos estudantes brasileiros que, devido às suas direções burocráticas encabeçadas majoritariamente pela juventude do PCdoB, a UJS, não mobilizam os estudantes à sério desde o início do Governo Lula, pois não querem "queimar" seu principal aliado, o PT.

Tendo colocado na mesa o problema, cabe agora analisarmos as respostas a eles dados pelos estudantes que têm se mobilizado em torno da questão do ENEM.

Quanto à questão da prova, alguns defendem seu fortalecimento (ou seja, melhor segurança, organização e etc.), como a NOVE, e outros defendem sua substituição pelo "vestibular clássico", como o novo MOVA-SE, que também ganhou notoriedade nos grandes meios de comunicação, devido à facilidade de arregimentar apoiadores em redes sociais eletrônicas, como Orkut, Twitter e etc.

Aconte que nem um nem outro questiona o essencial: a existência do vestibular. O vestibular cumpre o papel de ser um enorme e apertado funil social, que garante o acesso às universidades apenas aos filhos da classe média e da burguesia, mantendo assim o status quo de uma sociedade desigual e elitista. E não é por acaso que nossos "companheiros", todos (ou a expressiva maioria), moradores da Zona Sul e estudantes de escolas privadas, não estejam preocupados com o fato da juventude negra e pobre não ter as mínimas condições de ingressarem na universidade, não levantado assim o verdadeiro problema e propondo sua devida solução: a extinção do vestibular e a ampliação da rede de universidades públicas (através tanto da estatização das privadas sobre controle de comitês formados por alunos, professores e funcionários, quanto da construção de novas públicas e o investimento maciço na manutenção das já existentes - e sucatedas). Apenas dessa forma, e garantindo-se a criação de um Plano Nacional de Assistência Estudantil (capaz de prover alimentação, moradia e transporte de qualidade e gratuíto para os estudantes) é que poderemos ter uma universidade de fato PÚBLICA.

Já quanto à questão da UNE/UBES, defendemos que os companheiros não virem às costas aos milhões de estudantes que as têm como referência de luta e atuação e que disputem em seus fóruns a consciência deles, denunciando o papel burocrático e desmobilizador da UJS e seus aliados, que se resumem a criticar timidamente o Governo e sempre apoiar seus projetos, por piores que sejam (como o REUNI, que cria vagas sem garantir mais verbas, criando assim um "escolão do 3º grau). Fazemos esse chamado também aos companheiros que se referenciam na pequena e recente ANEL. Estes últimos, principalmente, devem tirar as devidas lições do fracasso que foi a tentativa de criação de uma nova entidade, ocorrida em 2005 com a fundação da CONLUTE (encabeçada pelo PSTU, como ocorreu com a ANEL): se vocês descordam dos projetos do governo, então não se isolem do grosso dos estudantes criando novas entidades! Ao invés disso, ocupem os fóruns de massas da UNE e da UBES e disputem a consciência daqueles iludidos com os projetos do Governo, combatam suas direções burocráticas e juntem-se a nós na luta pela volta de tais entidades à sua histórica combatividade!

Movimento Hora de Lutar (Coletivo Lenin e independentes)
Participe: horadelutarufrj@googlegroups.com

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

BOLETIM 02 - NOVEMBRO 2010

Queremos uma educação universal, gratuita e de qualidade!
Nós estudantes de História enfrentamos diversos problemas que são comuns à juventude universitária de todo o país. É necessário um gasto enorme com livros e, principalmente xérox, que pesam muito no bolso ao final do mês. Somado a esses gastos com materiais, agravados por uma biblioteca de acervo extremamente limitado, estão ainda os com transporte e alimentação, igualmente exorbitantes. Isso faz com que a grande maioria precise encontrar um emprego para pagar seus estudos, ou se submeter a estágios mal remunerados que raramente auxiliam no processo de aprendizagem. É claro como o dia que a educação não é gratuita como deveria, muito menos pública, uma vez que apenas aqueles com condições de pagar seus estudos conseguem se formar. Para piorar, o vestibular cumpre logo de cara o papel de excluir da universidade uma grande maioria, coisa que o Novo ENEM ou o REUNI não chegam nem perto de alterar. Assim, entra na universidade apenas uma minoria privilegiada, capaz de ter estudos de qualidade durante o ensino médio e fundamental, e nela permanecem apenas os que têm condições de cobrir os enormes gastos, tendo muitas vezes que prejudicar sua formação ao ingressar no mercado de trabalho.
Devemos lutar com todas as nossas forças para alterar esse quadro extremamente elitista e excludente de nossa universidade, lutando pelo fim do vestibular, pela construção de bandejões e alojamentos (todos gratuitos, e abertos o dia inteiro), pelo passe livre universitário e por uma xérox subsidiada pela própria universidade, capaz de fornecer materiais gratuitamente. A essa luta ainda se soma a necessidade de uma biblioteca maior, com acervo renovado e mais funcionários, além de um projeto de expansão com qualidade (justamente o oposto do que é o REUNI e seu projeto de expansão através da precarização – sentido na pele por nós estudantes de História com a “nova” do Governo Lula e da Reitoria: a separação do bacharelado da licenciatura e a falta de verbas para o IFCS, que contrariou o REItor optando por não ir para o Fundão).
            Todas essas questões devem ser constantemente levantadas pelo nosso Centro Acadêmico, através de seu jornal e da construção de debates, seminários, atos e mobilizações. Apenas quando todo o corpo estudantil estiver atento para os problemas e convencido a lutar por suas devidas soluções é que poderemos avançar na luta por uma educação universal, gratuita e de qualidade, capaz de atender aos filhos da classe trabalhadora e a maioria da nossa sociedade, os negros, hoje brutalmente excluídos da universidade e não só marginalizados nas favelas, vivendo sob constante repressão policial, como também sofrendo com a superexploração de sua mão de obra.

O CAMMA precisa de um projeto de aliança com os trabalhadores!
A luta por uma educação decente e que atenda a toda a população não pode em momento algum se desvincular das lutas da classe trabalhadora, que produz com seu sangue e suor as riquezas de nosso país, apropriadas por uma minoria de exploradores. A necessidade de aliança com os trabalhadores se torna mais clara ainda se considerarmos que a maioria dos universitários ou já trabalha para pagar seus estudos, ou necessitará disputar por um posto no mercado de trabalho tão logo se forme. Ou seja, desde já os estudantes sofrem dos mesmos problemas que os trabalhadores.
Por isso é central que o CAMMA tenha sempre como perspectiva a aliança com os trabalhadores e o apoio às suas lutas. Apenas através da destruição dos grilhões que hoje prendem a classe trabalhadora é é que poderemos ter uma educação universal, gratuita e de qualidade, a partir de um maciço investimento feito com o dinheiro que hoje vai parar nos cofres dos patrões.
            Portanto, o CAMMA deve atuar lado a lado com os sindicatos da UFRJ e integrar as campanhas da CUT (a maior central operária do país) e da CONLUTAS (uma central alternativa, composta por aqueles que infelizmente optaram por rachar o movimento operário ao invés de disputar os milhões de trabalhadores organizados na CUT e sob influência dos projetos do governo). Baseados no mesmo princípio, de estarmos onde estão os trabalhadores, disputando suas posições e convencendo-os de um projeto transformador e socialista, devemos também estar nos fóruns da UNE e trazer tal entidade de volta para a luta, disputando a consciência dos milhares de estudantes hoje paralisados devido às traições da UJS e seus aliados, que compõem a direção majoritária e burocrática da UNE, desmobilizando os estudantes e permitindo que o governo os ataque.

Pela aliança com os terceirizados e sem-teto!
            Nesse sentido defendemos que os estudantes e ativistas de nosso curso lutem não só pelas bandeias de uma educação radicalmente melhor, baseados nas palavras de ordem acima expostas, como também implementem desde já uma aliança com os trabalhadores terceirizados do IFCS e os sem-teto do Centro do Rio de Janeiro.
            Os trabalhadores terceirizados são compostos pelos setores mais explorados de nossa sociedade, as mulheres e os negros. Qualquer projeto transformador que não leve em conta a aliança com tais setores não terá outro futuro que não o fracasso. Além disso, os terceirizados não podem se organizar sindicalmente nem lutar através de greves e mobilizações, pois a quase inexistência de direitos trabalhistas para tal setor os coloca em uma situação de risco de demissão caso resolvam lutar contra seus baixíssimos salários e suas precárias condições de trabalho. Assim, se torna ainda mais importante incluirmos suas demandas em nossas lutas. Devemos defender, por exemplo, que tais trabalhadores possam ter acesso aos bandejões universitários pelos quais tanto lutamos, podendo usá-los gratuitamente e em qualquer horário do dia. Devemos lutar também para sua incorporação ao quadro de funcionários efetivos da universidade, o que garantiria melhores condições de trabalho, direitos trabalhistas e melhores salários. E, obviamente, devemos sempre nos opor a utilização de mão de obra terceirizada. Assim, devemos lutar contra a precarização de mão de obra e por salários iguais entre trabalhadores homens e mulheres.
            Também ligado à necessidade central da aliança operário-estudantil, está a proposta de aliança com os sem-teto do Centro do Rio de Janeiro e o movimento popular em geral, composto por diversos prédios ocupados pela cidade e utilizados coletivamente por trabalhadores pobres, que não possuem condições de comprar uma casa própria nem pagar aluguel naqueles bairros próximos de onde trabalham, geralmente no Centro ou na Zona Sul.
            O Movimento Hora de Lutar, junto com a Rádio Pulga e o CACS, está lançando um Núcleo de Apoio  às Ocupações Urbanas, cujo um dos objetivos é divulgar para os estudantes do IFCS a situação dos sem-teto, sob constante ameaça de despejo pelos governos de Paes e Cabral, interessados na especulação imobiliária e que não poupam esforços para reprimir e atacar os ocupantes. E, mais importante do que divulgar, mobilizar os estudantes para auxiliarem a luta dos sem-teto por moradia e contra despejos.
            Fazemos um chamado aos companheiros do coletivo Não Vamos Pagar Nada, aos companheiros que se organizam na ANEL e a todos os demais estudantes do IFCS a integrarem tal comitê e se unirem aos sem-teto na sua luta mais do que justa por moradia.